Conic e Conjunto Nacional de Brasília: morfologia e apropriações

Maria Luiza Brito Sobral, Sávio Tadeu Guimarães

Abstract


Planejados como pontos centrais da cidade de Brasília, o Setor de Diversões Sul (SDS)
e Setor de Diversões Norte (SDN) foram pensados como duas áreas idênticas, com o
mesmo uso e a mesma tipologia de edificações. Porém, esses dois setores foram se
diferenciando até chegaram ao que são hoje: Espaços esteticamente diferentes,
frequentados por grupos distintos e vistos pela maioria dos brasilienses de formas
opostas. Diante dessa questão, esta pesquisa buscou compreender como essa
disparidade entre os dois setores se deu. Por comporem a cidade de Brasília, capital
do país e patrimônio cultural, a pesquisa traz uma importante contribuição
acadêmica acerca dos espaços da capital. Além disso, o trabalho se mostra
necessário por gerar estudos sobre um shopping center - o Conjunto Nacional, no
SDN - , local pouco analisado academicamente. O estudo do Conic (conjunto de
edifícios que compõe o SDS) também confere necessidade ao trabalho, cujas análises
possibilitam um novo olhar para esse espaço, que acabou se tornando estigmatizado
na cidade. Para fundamentar a pesquisa, foram utilizados autores que estudaram o
espaço urbano e arquitetônico e suas diversas apropriações: Bruno Zevi, Francis
Ching, Gordon Cullen, Kevin Lynch e Roberto Lobato Corrêa. Cada autor observa o
espaço sob uma visão diferente, o que possibilitou a análise do SDS e SDN sob
diversas perspectivas. Além dos autores, o histórico do Conic e Conjunto Nacional
também foram estudados, para que se compreendesse como os edifícios se
tornaram o que são hoje. Perante o exame da morfologia e apropriações do Conic e
do Conjunto Nacional sob a visão dos autores citados e com o histórico dos setores
como base, os edifícios foram analisados e comparados. Feitos os estudos e as
comparações dos espaços analisados, conclui-se que as formas do Conic e Conjunto
Nacional são semelhantes: a tipologia e a forma básica são as mesmas, porém
elementos como fachadas, implantação e entorno se diferem. A circulação interna do
shopping é mais coesa e clara, enquanto que a do Conic é labiríntica, já que esses
espaços se deram de forma não planejada, mas como um negativo da área dos
prédios que compõem o SDS. O contexto histórico e os atores que participaram da
concepção dos setores se diferem, o que gerou uma visão oposta entre os dois
espaços. Diante de tais questões, o Conjunto Nacional é visto, no geral, de forma
mais positiva que o Conic. Porém, atualmente grupos buscam revitalizar e criar uma
nova identidade para o local. Com uma renovação não somente de infraestrutura,
mas de significado, será possível aproximar os dois setores.


Keywords


Conic. Conjunto Nacional de Brasília. Setor de Diversões Sul. Setor de Diversões Norte. Brasília.



DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7476

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