Discussões biotecnológicas quanto aos organismos geneticamente modificados no âmbito da OMC: do contencioso ao acordo de vontades entre Argentina e União Europeia

Gustavo Paschoal Oliveira

Resumo


O estudo evidencia a relação entre direitos humanos, proteção ambiental e direito do comércio internacional a partir do contencioso entre Argentina e União Europeia sobre as restrições a importação de Organismos Geneticamente Modificados, no âmbito do Órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio. Verifica, por meio do exame de entraves e soluções, necessária convergência de entendimentos em relação à biotecnologia, para devida consistência e eficácia da preservação de um meio ambiente equilibrado. Valer-se-á da abordagem qualitativa, analisando pontos centrais sobre o caso, especialmente no que tange a análise de riscos e tomada de decisões frente ao princípio da precaução. Para tanto, faz-se necessária a apreciação das petições submetidas, relatos do Painel estabelecido e ajustes realizados entre as partes envolvidas. O Acordo sobre Agricultura, o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, o Acordo sobre a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias e o Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio, bem como doutrina especializada, também serão objetos de apreciação para o desenvolvimento da pesquisa.

Palavras-chave


Direitos humanos, organismos geneticamente modificados, comércio, meio ambiente equilibrado (Human rights, genetically modified organisms, trade, balanced environment)

Texto completo:

PDF

Referências


AYALA, Patrick de Araújo. Devido processo ambiental e o direito fundamental ao meio ambiente. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.

BARBOSA, Swedenberger. Bioética no Estado brasileiro. Brasília: UnB, 2010.

BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. Tradução de Sebastião Nascimento; inclui entrevista inédita com o autor. São Paulo: Editora 34, 2010.

BONACELLI, Maria Beatriz; FUCK, Marcos Paulo. Sementes geneticamente modificadas: (in)segurança e racionalidade na adoção de transgênicos no Brasil e na Argentina. Revista Iberoamericana de ciência tecnologia e sociedade. Disponível em: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S1850-00132009000100002. Acesso em: 23 dez. 2013.

BROUDE, Tomer. Principles of normative integration and the allocation of international authority: the WTO, the Vienna Convention on the Law of Treaties, and the Rio Declaration. International Law Forum. Disponível em: http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1249432. Acesso em: 25 fev. 2014.

CONRAD, Christiane R. PPMs, the ec-biotech dispute and applicability of the SPS Agreement: are the panel’s findings built on shaky ground? International Law Forum. Disponível em: www.ssrn.com/abstractid=920742. Acesso em: 25 fev. 2014.

DINIZ, Maria Helena. O estado atual do biodireito. São Paulo: Saraiva, 2011.

ELIAS, Fernando Lopes Ferraz. Os mecanismos de indução ao cumprimento no âmbito da OMC. Revista de direito internacional, v. 12, n. 2, 2014. Disponível em: http://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/index.php/rdi/article/view/3141/pdf. Acesso em: 18 jun. 2016.

FABRI, Hélène Ruiz. A adoção do princípio da precaução pela OMC. In: VARELLA, Marcelo Dias; PLATIAU, Ana Flávia Barros (Org). Princípio da precaução. Disponível em: http://www.marcelodvarella.org/marcelodvarella.org/Meio_Ambiente_files/versao_ del_rey.pdf. Acesso em: 12 jan. 2014.

GÓMES, Juan; MÉNDEZ, Rafael. Mercado dos transgênicos foge da Europa por rejeição social. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/505877-mercado-dos-transgenicos-foge-da-europa-por-rejeicao-social. Acesso em: 02 fev. 2014.

GONZALEZ, Carmen P. Genetically modified organisms and justice: the international environmental justice implications of biotechnology. Disponível em: http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=986864. Acesso em: 25 fev. 2014.

GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito ambiental. São Paulo: Atlas, 2009.

GRUBBA, Leilane; RODRIGUES, Horário Wanderley; WANDERSLEBEN, Myrtha. Caminhos para uma cidadania planetária e ambiental. Revista de direito internacional, v. 9, n. 3, p. 1-14, 2012. Número especial: Direito internacional do meio ambiente. Disponível em: http://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/index.php/rdi/article/view/2311/pdf. Acesso em: 19 jun. 2016.

GRUSCZYNSKI, Lucasz. The SPS agreement within the framework of WTO Law: The rough guide to the agreement’s applicability. Disponível em: http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1152749. Acesso em: 25 fev. 2014.

HENCKLES, Caroline. GMOs in the WTO: a critique of EC-Biotech. Disponível em: http://papers.ssrn.com/ sol3/papers.cfm?abstract_id=949262. Acesso em: 26 fev. 2014.

JONAS, Hans. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Tradução do original alemão Marijane Lisboa, Luiz Barros Montez. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006.

LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

MOREIRA, Vital; GOMES, Carla de Marcelino (Org.). Compreender os direitos humanos: manual de educação para os direitos humanos. Disponível em: http://www.fd.uc.pt/igc/manual/pdfs/manual_completo.pdf. Acesso em: 22 dez. 2013.

MORIN, Edgar. Ciência com consciência. Disponível em: http://ruipaz.pro.br/textos/cienciacomconciencia.pdf. Acesso em: 26 fev. 2014.

NEVES, Maria. Brasil é vice-líder em produção de transgênicos. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/ camaranoticias/noticias/AGROPECUARIA/428224-BRASIL-E-VICE-LIDER-EM-PRODUCAO-DE-TRANSGENICOS.html. Acesso em: 29 jan. 2014.

NOIVILLE, Christine. Princípio da precaução e Organização Mundial do Comércio: da oposição filosófica para os ajustes técnicos? In: VARELLA, Marcelo Dias;

PLATIAU, Ana Flávia Barros (Org). Princípio da precaução. Disponível em: http://www.marcelodvarella.org/ marcelodvarella.org/Meio_Ambiente_files/versao_ del_rey.pdf. Acesso em: 12 jan. 2014. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente humano. Disponível em: http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/estocolmo1972.pdf. Acesso em: 12 jan. 2014.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração do Rio sobre meio ambiente e desenvolvimento. Disponível em: http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/rio92.pdf. Acesso em: 12 jan. 2014.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO. Acordo geral sobre tarifas e comércio: Anexo 2: entendimento relativo às normas e procedimentos sobre solução de controvérsias. Disponível em: http://www.wto.org/english/docs_e/legal_e/28-dsu.pdf. Acesso em: 18 dez 2013.

PEEL, Jacqueline. A GMO by Any Other Name… Might be an SPS risk! Implications of expanding the scope of the WTO sanitary and phytosanitary measures agreement. Jornal europeu de direito internacional. Disponível em: http://www.ejil.org/pdfs/17/5/107.pdf. Acesso em: 02 mar 2014.

PRÉVOST, Denise. Opening Pandora´s Box: the panel’s findings in the EC-Bioteh produtes dispute. Legal issues of economic integration. Disponível em: http://ssrn.com/abstract=1260270. Acesso em: 01 mar. 2014. RAWLS, John. Uma teoria da justiça. 2. ed. São Paulo: M. Fontes, 2002.

REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

ROCHA, João Carlos de Carvalho. Direito ambiental e transgênicos: princípios fundamentais da biossegurança. Belo Horizonte: Del Rey, 2008.

SANTOS, Bruno Carazza dos; VOLPINI, Felipe Neiva. Sistema de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio. In: OLIVEIRA, Bárbara da Costa Pinto; SILVA Roberto Luiz (Org.). Manual de direito processual internacional. São Paulo: Saraiva, 2012.

SOUZA, Leonardo da Rocha de; LEISTER Margareth Anne. A influência da soft Law na formação do direito ambiental. Revista de direito internacional, v. 12, n. 2, p. 767-785, 2015. Disponível em: file:///C:/Users/Gustavo/Downloads/3675-17174-1-PB.pdf. Acesso em: 18 jun. 2016.

SOUZA, Ricardo Timm de. Ética como fundamento: uma introdução à ética contemporânea. São Leopoldo: Nova Harmonia, 2004.

STRAUSS, Leo. Direito natural e história. Lisboa: Edições 70, 2009. SUNSTEIN, Cass R. Cost-benefit analysis and the environment. Chicago: The University of Chicago, 2004.

SUNSTEIN, Cass R. Risk and reason: safety, law and the environment. Cambridge: Cambridge University Press, 2002.

UNESCO. Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001461/146180por.pdf. Acesso em: 13 jan. 2013.

VARELLA, Marcelo D. Direito internacional público. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

WORLD TRADE ORGANIZATION. European Communities: measures affecting the approval and marketing of biotech products (DS291, DS292, DS293). Second Written Submission by the European Communities. European Commission. Disponível em: http://trade.ec.europa.eu/doclib/docs/2005/february/tradoc_121611.pdf. Acesso em: 15 dez. 2013.

WORLD TRADE ORGANIZATION. European Communities: measures affecting the approval and marketing of biotech products (WT/DS293) first presentation of the Argentine Republic. Disponível em: http://www.genewatch.org/uploads/f03c6d66a9b354535738483c1c3d49e4/ogmfinin_1.pdf. Acesso em: 21 dez. 2013.

WORLD TRADE ORGANIZATION. European Communities: measures affecting the approval and marketing of biotech products (DS291, DS292, DS293). Second Written Submission by the European Communities. European Commission. Disponível em: http://trade.ec.europa.eu/doclib/docs/2005/february/tradoc_121611.pdf . Acesso em: 15 dez. 2013.

WORLD TRADE ORGANIZATION. Impementation of adopted reports. Disponível em: http://www. wto.org/english/tratop_e/dispu_e/cases_e/ds293_e. htm. Acesso em: 10 dez. 2013. WORLD TRADE ORGANIZATION. WT/DS293. Disponível em: http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/dispu_by_country_e.htm. Acesso em: 10 dez. 2013.

WORLD TRADE ORGANIZATION. European Communities: measures affecting the approval and marketing of biotech products. Reports of the panel. Disponível em: https://docs.wto.org/dol2fe/Pages/FE_Search/FE_S_S007.aspx?AllTranslationsCompleted=1&Id=106570&PageAnchorPosition=106570&SearchPagePageNumber=10&SearchPageCurrentIndex=0&SearchPageViewStatePageIndex=0&SearchPageStartRowIndex=0&returnedPage=FE_S_S006.aspx&IsNotification=False&LeftTabFieldText=(+WILD%7bWT%2fDS293%2f*%7d%3aSYMBOLLIST+)%2bNOT%2bMATCH%7bSecretariat%7d%3aAccessTypeName%2bAND%2bMATCH%7b1%7d%3aalltranslationscompleted%2bAND%2bWILD%7bInforme+de+grupo+especial%7d%3aTypeList&NumberOfHits=78&DreReference=&FullTextForm=&Query=(%40Symbol%3d+wt%2fds293%2f*)&Context=FomerScriptedSearch&btsType=&IsEnglishSelected=&IsFrenchSelected=&IsSpanishSelected=&IsAllLanguageSelected=&SearchPage=&SourcePage=&Language=&. Acesso em: 28 dez. 2013.

ZUREK, Lailah. The European Communities biotech dispute: how the WTO fails to consider cultural factors in thegenetically modified food debate. Disponível em: http://www.tilj.org/content/journal/42/num2/Zurek345.pdf. Acesso em: 16 jan. 2014.




DOI: https://doi.org/10.5102/rdi.v13i2.4067

ISSN 2236-997X (impresso) - ISSN 2237-1036 (on-line)

Desenvolvido por:

Logomarca da Lepidus Tecnologia